Livros querem ser livres

Conheça quatro projetos que defendem que o acesso a livros pode – e deve – existir muito além das paredes de bibliotecas e escolas


Reportagem de:  Meghie Rodrigues

Foto: Maurício Decourt
Foto: É possível encontrar outras maneiras de espalhar a mania de leitura. Projetos de incentivo são uma das saídas.
É possível encontrar outras maneiras de espalhar a mania de leitura. Projetos de troca de livros são uma das saídas.

E quem disse que lugar de livro é na prateleira? Os livros podem estar por aí,espalhados entre calçadas, cafés, teatros, estações de metrô e até em Centros de Saúde. Melhor que procurar por eles, no entanto, é "abandonar", "esquecer" ou "libertar" aquele livro já lido, talvez até empoeirado na estante, para que mais pessoas o leiam - e passem a história para frente depois de terminar.

Educar Para Crescer selecionou 4 projetos que levam a ideia a sério - podendo até mesmo promover outras formas de arte para além da literatura. Confira!


1. Bookcrossing

A ideia surgiu em 2001 nos Estados Unidos e consiste em trocas informais de livros em lugares públicos: depois de lidos, os volumes são deixados em locais tão diferentes quanto cafés e aeroportos. Outra pessoa lê o livro e, de novo, o deixa em um lugar diferente para que o ciclo se repita. Este ‘deixar’ de livros - ou "libertações", nas palavras de Helena Castello Branco, coordenadora do movimento no Brasil - são feitos em postos de BookCrossing espalhados pelo Brasil e pelo mundo. 

Heather Pedersen, uma das fundadoras do projeto, calcula que, em treze anos de existência, o BookCrossing soma cerca de dez milhões de livros circulando pelas mãos de mais de um milhão de bookcrossers em 132 países. "O mais interessante é poder saber o paradeiro dos livros conforme eles viajam", sublinha Pedersen. Isto é possível através do código que cada livro recebe quando é cadastrado no website do projeto: através dele, dá para ver por quais cidades e países o livro viajou e quantas pessoas o leram. 

Mais informações em http://www.bookcrossing.com
2. Atentado Poético
Nascido como um meio de se "abandonar" livros por Belo Horizonte, o projeto existe há onze anos e hoje envolve outras formas de arte além da literatura. A iniciativa partiu dos alunos da Fundação Torino, na capital mineira. Daniela Mendes, professora de Língua Portuguesa e coordenadora do projeto, conta que inicialmente a ideia era deixar livros em praças e outros espaços públicos de BH para que os passantes se apropriassem deles e os lessem. "Os livros eram deixados com uma dedicatória falando sobre o projeto e encorajando a quem os encontrasse a também os abandonar pela cidade depois de lê-los", conta Daniela. Ela calcula que mais de 3500 livros de literatura infanto-juvenil tenham sido ‘abandonados’ pela cidade nestes onze anos. 

Hoje o ‘Atentado’ transformou-se em um evento que une a comunidade belo-horizontina a alunos e professores da Fundação uma vez por ano. Neste encontro acontecem oficinas que privilegiam várias formas de arte para além da literatura. 


3. Esqueça um Livro
Inspirado pelo BookCrossing, o Esqueça um Livro é uma forma de promover o ‘desapego literário’, como conta Felipe Brandão, criador do projeto. "Comecei a deixar os livros em alguns lugares por onde passava e criei uma página no Facebook para registrar esses ‘esquecimentos’ para estimular os amigos a fazerem o mesmo. Muita gente gostou da ideia e começou a ‘esquecer’ suas leituras também", completa. A página do Esqueça já tem mais de 19 mil curtidas no Facebook e, segundo calcula Brandão, com a ajuda de amigos e fãs do projeto, mais de mil livros já foram esquecidos. 

Para sinalizar que estão em circulação, os livros podem receber uma dedicatória ou um marcador de página explicando que foram ‘esquecidos’ para que quem o encontre o leia - e volte a ‘esquecê-lo’ para levar o ciclo adiante. E isso independe da cidade onde a pessoa está: basta tirar o livro lido da estante e passar para frente. "O legal é que cada pessoa ‘esqueça’ seus livros na cidade onde está para que a leitura se espalhe", observa Brandão. 


4. Troca de livros do Educar para Crescer
O incentivo à leitura é uma das grandes bandeiras do Educar para Crescer. Para incentivar esse hábito, o movimento criou uma ação de troca de livros. É bem simples! Primeiro, escolhe-se um lugar onde ficará a mesinha de livros. Depois, basta divulgar a ação e convidar a comunidade para participar. Funciona assim: a pessoa traz um livro que já leu e escolhe outro disponível na mesinha de livros para trocar. 

A dica é pedir algumas doações de livros para a mesa começar cheia. É uma ótima maneira para renovar a estante e conhecer novas histórias sem por a mão no bolso. 

A ação pode ser feita em escolas, bibliotecas, empresas, clubes e qualquer outro lugar onde convivam bastante gente.

5. BÔNUS: Amigo Livro entre crianças
Você também pode organizar entre os amigos do seu filho uma troca divertida. É uma ideia bem simples para incentivar a leitura e promover o encontro da turma. Veja a sugestão da dinâmica: 

1) Cada criança traz um livro, coloca na mesa e ganha um número.
2) A criança número 1 escolhe um livro.
3) A próxima pega outro livro ou "rouba" da anterior
4) Quem for roubado escolhe outro livro - menos o que acabou de perder.
5) A brincadeira termina quando todos tiverem um livro. Cada livro só pode ser roubado três vezes.

Fonte: Educar para Crescer

























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