Aos 18 anos, estudante do MIT quer realizar sonhos


Foi na sexta série, durante uma dessas olimpíadas de matemática, que ele viu um pai subir ao palco para ler a carta de admissão de seu filho no MIT (Massachusetts Institute of Techonology). A plateia ficou eufórica, o aprovado subiu ao palco aos berros para abraçar seu pai e, apesar de não saber exatamente do que se tratava, a festa com que a notícia foi recebida lhe causou um certo encanto. “Naquele momento pensei que aquilo era uma coisa legal e comecei a pesquisar sobre essas universidades”, diz. Hoje, aos 18 anos, Gustavo Haddad Braga, conseguiu ir para o MIT, onde estuda engenharia elétrica e ciências da computação. Missão cumprida? Que nada!
Antes de desembarcar nos Estados Unidos, Gustavo foi aprovado nos três anos do ensino médio no ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica), nas Universidades de Harvard, Stanford, Princeton e Yale, e cursou seis meses de medicina na Universidade de São Paulo. Ufa. Respire porque ainda não acabou. Como ele faria para custear seus estudos fora do país? Por conta dessa experiência, ele resolveu criar, com os amigos Anderson Ferminiano, 18, e Henrique Dubugras, 17, o Eduqueme, plataforma que busca patrocinadores para estudantes que desejam estudar fora do país.“Os custos são bem elevados, podem chegar a R$ 500 mil se somarmos os quatro anos. Isso é um problema gritante, porque o Brasil tem muitos estudantes com grande potencial, que conseguem passar, mas não vão porque não podem pagar”, diz. Com um pouco de sorte e a ajuda de Eliane Lizeo, representante do MIT no Brasil, Gustavo conseguiu uma bolsa do CNPQ e da Fundação Estudar uma semana antes de fazer o pagamento de US$ 30 mil referentes à matrícula na universidade.
lassedesignen / fotoliaAos 18 anos, brasileiro do MIT desenvolve plataforma para ajudar outros estudantes a financiar seus estudos

O Eduqueme é justamente essa sorte que estava perdida por aí e seu funcionamento é bem simples. O estudante que tiver interesse em fazer um curso no exterior deve disponibilizar seu currículo na plataforma para que as empresas possam encontrá-lo. Feito isso, a companhia pode procurar os candidatos através do mecanismo de busca que vai filtrar por área, curso, idade e até mesmo o nome da pessoa para escolher qual deles vai ganhar a bolsa. Mas o empresário também ganha com isso. “Em contrapartida, a ideia é que, depois que o aluno se forme, ou durante as férias de verão, eles venham e façam um pequeno estágio durante pelo menos seis meses.” Além de ter um estagiário qualificado, a empresa tem a chance de abater 100% do patrocínio no imposto de renda, ou seja, “vai sair de graça”.
Iniciada no segundo semestre desse ano, tendo como mentor Marcelo Balona – fundador do site Submarino – Gustavo diz que o Eduqueme já vai estar funcionando na segunda semana de janeiro. Para estrear com estilo, a equipe já começou a fechar parcerias com diversas empresas multinacionais, mas quantas e quais são elas ainda é segredo. “Vamos deixar pra contar tudo de uma vez”. Na semana passada, durante o Virtual Venture Social – evento que apresentou startups que buscam investimentos –, a plataforma recebeu um prêmio de US$ 50 mil e várias propostas de investimento. Do outro lado da linha, a voz de menino esconde o currículo de um gigante que promete: “No ano que vem, a expectativa é alcançar R$ 20 milhões em financiamentos de estudo, o equivalente a 40 bolsas integrais”.
Fonte: Porvir

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