Barcos, parques, portos e até transporte público: saiba qual pode ser o futuro dos rios de SP Parte II

Reportagem de Felipe Blumen
 O projeto do Hidroanel Metropolitano de São Paulo consiste em uma rede de vias navegáveis formada pelos rios Tietê e Pinheiros e as represas Billings e Taiaçupeba, além de um canal artificial que ligaria essas represas, totalizando 170km de hidrovias urbanas. O objetivo do grupo é que essa rede seja usada para transporte de pessoas e de cargas pela cidade.
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Na Anchieta, por exemplo, funcionaria um dos terminais trimodais que uniriam o sistema hidroviário com o ferroviário e o rodoviário. Nesses locais seria feira a primeira etapa de “desmontagem’ de diversos materiais, que seriam encaminhados pelas ramificações para lugares corretos em que seria feito o reaproveitamento.
“Haverá também a possibilidade do transporte público e até turístico”, salienta Delijaicov. “Mas o objetivo é que pelo hidroanel seja transportado o próprio material que é encontrado atualmente no fundo do rio, como lodo e sedimentos, além, claro, de cargas que atualmente ocupam muito espaço nas ruas, como entulho e lixo”, afirma.
Mas além de barcos percorrendo suas águas, os rios também ganhariam, de acordo com o projeto, margens diferentes. As bordas seriam “lúdicas e funcionais”, com parques, praças e bulevares que trouxessem a população para perto dos rios. Mais que isso, passariam a ser fundamentais para o pensamento de uma nova cidade.

ABRE ASPAS

“O paulistano pensa que o rio é um pedaço sobrevivente de natureza virgem, mas o que nós vemos hoje é um canal construído. A margem virgem do Pinheiros, por exemplo, tinha quase 800 metros. Ou seja, muitos bairros que conhecemos hoje estavam debaixo d’água.”
O professor explica que o projeto do hidroanel já contempla, de forma inerente ao andamento do processo, a despoluição do rio e, consequentemente, seu melhor aproveitamento pela população. Seriam criados, por exemplo, “ecoportos” que funcionariam não só como praças, esquinas culturais e pontos de encontro, mas também como feiras de troca e venda de materiais orgânicos que seriam transportados pelos barcos.
Um dos aspectos mais interessantes do projeto diz respeito exatamente à qualidade de reaproveitamento de materiais que o rio teria. “Imagine uma montadora de automóveis ou de smartphones: várias fábricas menores criam produtos que vão alimentando indústrias maiores e chegam, por fim, ao produto final. O que nós estamos propondo é o caminho inverso. Que os rios sirvam para fazer funcionar a melhor rede de reciclagem e reutilização possível, com indústrias “desmontadoras” dispostas em ramificações de transportes que encaminhariam cada tipo de material até seu destino correto”, argumenta Delijaicov.
Fonte: Catraca Livre

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