BRINQUEDOS Qual a importância dos brinquedos?

Entenda o papel de bolas, bonecas, jogos e outros objetos no desenvolvimento infantil

Reportagem de Giuliana Bergamo
Foto: Cintia Sanchez
Foto: Brinquedos
Brinquedo é muito mais do que um entretenimento: é desenvolvimento!

Brincar é fundamental para o desenvolvimento infantil. Quando brincam, meninos e meninas exercitam e melhoram suas capacidades emocionais, intelectuais, motoras e sociais. A fantasia da brincadeira permite, por exemplo, que a criança experimente novos sentimentos, reproduza situações vividas em seu cotidiano e faça, assim, um treino para a vida adulta. Ao brincar, ela desenvolve o corpo e coloca em prática de forma despretensiosa o conteúdo escolar. Mas qual o papel do brinquedo nessa história? 

O brinquedo é um convite à brincadeira. Mais: ele é responsável por torná-la mais rica, proveitosa e prazerosa. "O brinquedo funciona como uma ponte entre aquilo que é desconhecido para o que é conhecido", explica a terapeuta ocupacional Teresa Ruas. Com pecinhas de encaixar, por exemplo, um bebê descobre que é capaz de empilhar objetos, um verdadeiro feito para quem tem só alguns meses de vida. Ao participar de um jogo, cuidar de uma boneca ou levar o carro ao postinho de gasolina, os pequenos tornam-se protagonistas daquilo que os espera na vida madura. Ou seja, como afirmam os autores de Brinca comigo! - Tudo sobre Brincar e os Brinquedos (Editora Marco Zero), "brinquedo é muito mais do que um entretenimento. É, antes, oportunidade de desenvolvimento". 

Confira abaixo algumas dúvidas sobre o tema. Quem responde são Melina Blanco Amarins, psicóloga responsável pela brinquedoteca do Hospital Israelita Albert Einstein e Teresa Ruas, terapeuta ocupacional especialista em desenvolvimento infantil; e os livros Brinquedos, Desafios e Descobertas (Editora Vozes) e Brinca Comigo! - Tudo Sobre Brincar e os Brinquedos (Editora Marco Zero).

Existe o brinquedo certo para cada faixa etária?

É claro que uma criança de 3 anos pode se encantar por um chocalho de recém-nascido ou, ao contrário, que um recém-nascido é capaz de ficar excitadíssimo ao ver as luzes ou o som de um carrinho motorizado feito para meninos com mais de 5 anos. No entanto, existem alguns brinquedos fundamentais para cada fase do desenvolvimento infantil. Quando expostas a tais objetos, meninos e meninas podem descobrir e aprimorar habilidades motoras, sensoriais e emocionais. 

Enquanto são bebês (dos zero aos 23 meses), o desenvolvimento ocorre de forma muito acelerada. Cada mês é uma descoberta. Logo no início, brinquedos que estimulam a audição e a visão, como móbiles e chocalhos, são os mais indicados. Em seguida, entram em cena peças para encaixe, que estimulam a coordenação motora por tentativa e erro, e os bonecos;

Dos 2 aos 6 anos, as crianças vivem a chamada primeira infância, onde tudo amadurece. Entram nessa fase com uma coordenação motora que permite um andar meio atrapalhado e saem andando de bicicleta sem rodinhas, escrevendo. Começam num faz de conta simples e saem criando altas histórias. Jogos simples que envolva interação com o outro, jogos que permitam explorar o corpo, bonecos, miniaturas do mundo adulto e ainda os blocos de encaixar são fundamentais;

A partir dos 7 anos, a escola ocupa um importante espaço na vida dos meninos e meninas. Kits científicos que transmitam conceitos escolares de forma lúdica fazem sucesso. Além disso, suas capacidades cognitivas já estão prontas para jogos que exijam raciocínio e estratégia.

2. Então devo seguir as orientações das embalagens de brinquedo quanto à idade?

Nem sempre. Muitas vezes o selo que indica a faixa etária leva em consideração apenas critérios de segurança. O que funciona mesmo é conhecer a criança, entender o que ela espera do brinquedo, quais são suas capacidades e, antes de levar o presente para casa, testá-lo. Algumas lojas contam ainda com consultores e vendedores bem treinados que podem ajudar na compra.

3. De tempos em tempos, devo renovar toda a brinquedoteca do meu filho?

É importante que brinquedos obsoletos sejam retirados de circulação. Aliás, a partir dos 2 anos, as crianças podem participar do processo de limpeza da brinquedoteca. Porém, fique atento aos objetos de afeto, que têm uma importância emocional para os pequenos e dos quais os meninos e meninas só devem se desfazer quando estiverem prontos para isso. Há ainda alguns brinquedos que tornam-se obsoletos por um momento, mas podem atrair a atenção novamente dali a algum tempo. Esses podem ser guardados, não doados imediatamente. Além disso, alguns brinquedos podem acompanhar seu filho durante toda a infância, como blocos de montar, bonecos e fantoches, carrinhos, entre outros.

4. Só os brinquedos educativos são capazes de ajudar no desenvolvimento?

Não. Na mão de uma criança, qualquer objeto pode se tornar um brinquedo. Pedras viram bonecas, ossos viram soldados, tampas de garrafa viram bolas de futebol. E os brinquedos industrializados também cumprem o papel de entreter e desenvolver. Só tome cuidado para não sucumbir aos modismos ou deixar que os eletrônicos tomem todo o tempo da brincadeira. O segredo é encontrar um equilíbrio entre os diferentes modelos.

5. Meu filho parece ter um certo dom para música, devo investir mais em miniaturas de instrumentos?

É claro que os gostos de uma criança vão influenciar na escolha de seus brinquedos e que alguns tipos deles vão ocupar mais espaço tanto na brinquedoteca quanto nas brincadeiras. Mas é importante fazer algumas ponderações. Boa parte dos pais tende a exagerar ao encontrar talentos e potencialidades nos filhos. Então, se o seu pequeno gosta de música, não deixe de dar a ele um pianinho ou um violão - ou os dois -, mas lembre-se de que ele pode fazer bom uso de uma bola, um boneco, alguns jogos...

6. Organização é fundamental na hora de brincar?Depende da criança. "Algumas ficam extremamente desorientadas diante, por exemplo, de um baú cheio de brinquedos", afirma a terapeuta ocupacional Teresa Ruas. "Outras, no entanto, são desafiadas a encontrar exatamente o que procuram". Ou seja, tudo depende do perfil do pequeno e cabe aos pais perceber o que é melhor para seu filho.

Fonte: Educar pra Crescer

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